quarta-feira, 21 de abril de 2010

A semana de provas se foi... e o que ficou?

Eis que a tão amada semana de provas se foi e hoje ao lançar as notas dos meus alunos fiquei pensando (para ver como penso em vocês - mas não se emocionem) o que podemos aproveitar desse momento que para alguns é tão traumático.

Avalio a semana como proveitosa, visto que alguns conseguiram superar limitações, mostrando determinação diante de tantas provas. Por outro lado, vi alguns desistirem facilmente diante de pequenos obstáculos, procurando lamentar ao invés de pensar que existiam mais provas pela frente e que a semana de provas não é o momento para descobrir a roda, mas apenas relembrar quem a fez, sua utilidade, materiais utilizados e teorias que possam explicá-la.

Tradução: O estudo deve ser realizado ao longo do semestre, de forma sistemática, organizado, e não uma "festa da uva", para usar uma expressão que ouvi em sala de aula. 

Falando assim, posso parecer apenas mais um professor rabugento que perdeu tempo para reescrever a expressão popular: "estudim", mas nas conversas que tenho com outros professores, é perceptível que bons acadêmicos não se produzem na semana de provas, mas constroem seu conhecimento ao longo do período.

Dito de outra forma, a semana de provas é uma semana na qual VOCÊ passa por uma PROVAÇÃO em que se identifica o que foi compreendido ao longo de um período. E não um momento  para você  fotocopiar o caderno de algum colega que se deu ao luxo de escrever o que professor colocou no quadro, ou alguma explicação que deveria ter sido compreendida anteriormente.

Não quero aqui ofender os que preferem a segunda opção, mas me permito negar a eles o direito de reclamar que foram mal em determinada prova, pois ninguém aprende um conteúdo de tantas semanas em uma tarde, antes da prova.

Por isso, aproveite o segundo bimestre para estudar de forma contínua ao longo do período.

Respondendo a pergunta inicial que me fiz, vejo que, o que ficou, é essa certeza, embora "todo mundo" já soubesse, mas "poucos" estejam dispostos a aplicar.

Abraços,

6 comentários:

  1. Bem, agora colocando o ponto de vista de um aluno...
    A semana de provas se foi...e que sobrou...sobrou em dados momentos a certeza de que o trabalho foi cumprido corretamente, de ambas as partes, alunos e professores, em outros porém percebemos que ocorreram falhas, que podem vir tanto de um lado quanto de outro.
    Lembrando que o processo de ensino aprendizagem se dá pela relação aluno-professor, e não apenas através da leitura de livros a da pesquisa individual, visto que se fosse apenas isto, não haveria necessidade de professores e sim apenas bibliotecários, fato que reduziria significativamente o custo das mensalidades, e agora que temos o google seriam até dispensáveis...(foi brincadeira gente, não se ofendam).
    Pois bem, percebemos ao fim da semana de provas que realmente, alguns alunos poderiam e deveriam ter feito muito mais, porém alguns professores também poderiam ter feito muito mais. As notas demonstram não apenas se o aluno teve ou não um bom desempenho mas também se o professor também teve sucesso na sua tarefa de ensinar.
    Se por um lado o aluno pode dizer que o professor não explica a matéria de forma acessível, o professor por sua vez pode dizer que o aluno não tem vontade, que durante as aulas não participa, que não busca em livros, que deixa para estudar na última hora, enfim, no universo das desculpas não é apenas o aluno que tem facilidade em obte-las.
    Se é claro aos professores que o aluno não irá demonstrar um excelente resultado em todas as disciplinas, também é claro para nós alunos que um professor ou professora pode não ser tão bom para nós, quanto é para as demais turmas ou períodos, isso não significa que é um mau profissional, mas sim que para aquela turma especifica, a metodologia utilizada por este não foi adequada.
    Em que momento se percebe isto de maneira fácil? Na semana de provas, se toda uma turma teve um baixo desempenho é preciso rever a metodologia utilizada, da mesma forma que é obrigação do aluno estudar ao longo do semestre é obrigação do professor é obrigação do professor observar se os alunos estão conseguindo absorver o que ele deseja, e não sejamos ingênuos de pensar que isto consiste em perguntar ao aluno: “vocês estão entendendo isso?”, é óbvio que o aluno entendeu algo, afinal as turmas são formadas por seres humanos e não por xaxins, mas talvez este entendimento não tenha sido tão completo e profundo quanto o professor deseja, e quando pergunta, vocês entenderam? Sim entendemos, mas não significa que tenhamos entendido o que você esperava de nós, perceber isso depende mais do professor do que do aluno, pois apenas você tem a noção do que é o mais importante naquele momento.
    Esse texto não busca reduzir a responsabilidade do aluno, até porque ele é o agente fundamental no processo de ensino-aprendizagem, mas sim lembrar que o professor também é um instrumento importante desta ação. Por favor não tomem isto como uma crítica direcionada a determinado professor ou professora, desta ou daquela disciplina, trata se de uma percepção individual, sobre o que se pode tirar como conclusão da semana de provas.
    A nota é um índice numérico não relacionado ao real conhecimento do aluno, mas é sem dúvida um critério importante a ser observado.
    Por gentileza desconsiderem erros gramaticais contidos neste e desculpem aqueles que se sentirem ofendidos, garanto que o texto não é direcionado a vocês.

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  2. Caro amigo Marlon, tenho minhas dúvidas sobre a perspectiva dos xaxins, acho que alguns se enquadram mais nessa categoria, pois são ornamentais... hehe...

    Gostei das tuas preocupações, pois vem ao encontro das minhas e com certeza da junção de ambas é possível ter um parâmetro do que é essa experiência de docência no curso de Direito. O objetivo principal de meu texto foi provocar, e vejo que pela sua resposta ele conseguiu atingir tal objetivo. Cabe saber quem serão os leitores de nossos devaneios.

    com relação a apenas ler livros e fazer pesquisas, logicamente que a função do professor é orientar e direcionar os estudos, e é lógico que todos sabem diferenciar o bibliotecário do professor (assim eu espero). Outra questão que me parece pertinente é saber qual o interesse do acadêmico que não está interessado em querer conhecer mais das matérias. Sabemos que nem todas as matérias serão apaixonantes, mas o acadêmico que vai mal em todas.....precisa rever algo.

    Por fim, penso que o mais importante é que os professores e acadêmicos possam conversar e construir esse espaço de ensino-aprendizagem de forma conjunta.

    Abraço a todos(as).

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  3. Meu amgio Alexandre, realmente acho que nossas opiniões caminham para o mesmo rumo, são apenas perspectivas diferentes.
    Espero ter contribuido para discussão, estou tentando ajudar na divulgação desse blog e tenho certeza que em breve teremos comentarios excelentes por parte dos demais colegas.
    Grande Abraço

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Diante das proposituras acima, perfaço uma breve reflexão sobre o processo que contempla a avaliação, pensando na semana de provas, não como uma resposta, mas como uma forma de repensar a prática pedagógica e o papel do acadêmico.

    As discussões acerca do processo ensino/aprendizagem são de longa data aquelas, que contemplam inúmeras teorias, prova disso que, as estantes das livrarias estão repletas de obras, com propostas de novas metodologias de ensino, discutindo melhores perspectivas, procurando assim, trazer soluções ou simplesmente distribuir as parcelas de culpa pelo insucesso, ou seja, a parte que assiste ao professor, bem como a que cabe ao aluno.

    Analiso o processo de ensino/aprendizagem, como um conjunto que está ligado a diversos fatores, estes pautados na responsabilidade dos sujeitos envolvidos, isto é, professor e aluno, uma vez que não há como dissociá-los, portanto, para que efetivamente ocorra uma aprendizagem satisfatória há que se ter o comprometimento de ambos, acredito, pois, que não se ensina nada a quem não quer aprender, como também não se aprende nada com quem não quer ensinar.

    Atribuir culpas ao professor ou ao aluno resulta numa tentativa frustrada de dar cabo ao problema, é, portanto, deixar de buscar saídas, e estas talvez estejam na mudança de atitude de ambos, de forma que a semana de provas não resultaria somente na aplicação de notas, ainda que estas sejam necessárias, tendo em vista o sistema de avaliação brasileiro, comporia, por conseguinte, na tomada de consciência do que foi feito, isto é, o que se acertou e em que se falhou, e por fim o que pode ser mudado, de modo que sejam retificadas as falhas que se encontram já enraizadas no próprio processo.

    Aquiesço com a ideia de que a pesquisa, a leitura devem ser práticas constantes, pois assim ocorre um aprofundamento daquilo que é ministrado em sala de aula, uma vez que o tempo é escasso e há a exigência do cumprimento do programa, porém, (sem o objetivo de atacar ninguém), o que infelizmente se observa é que aquelas, por parte da maioria dos acadêmicos são deixadas a segundo plano, de maneira que muitos contentam-se apenas com o conteúdo repassado, contudo, é necessário ressaltar que por vezes a motivação por parte do professor é nula.

    Diante disso, acredito que a avaliação (ou no caso em questão, a semana de provas) não deve ser entendida apenas como uma resposta que justifique a eficiência ou fracasso do professor ou do aluno, mas sim um processo contínuo, de reflexão, análise, de mudança e não um silenciar, tampouco a aceitação pacífica de uma situação, pois conforme aludia Paulo Freire “ não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.
    Abraço,
    Márcia Tonkio

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  6. Agradeço os comentários, precisamos fomentar esse espaço de discussão que é do curso.

    abraço

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